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BIERGARTEN DE BLUMENAU

1º lugar no concurso para estudantes de arquitetura Projetar

Perspectiva

Blumenau (SC) é conhecida em todo o Brasil como uma das cidades com maior influência germânica em sua cultura e história. Tais características podem ser lidas claramente nas ruas: as casas em arquitetura enxaimel, os monumentos, a gastronomia, os jardins floridos e principalmente o hábito de beber cerveja remetem fortemente a colonização alemã. A cerveja é a bebida com maior legitimidade no Brasil, e foi com os imigrantes alemães da época das colônias que surgiram as primeiras cervejarias no país. Conhecida como a “Capital Nacional da Cerveja”, Blumenau é um dos maiores polos atrativos para esse nicho de consumo e seus eventos tradicionais, como a conhecida Oktoberfest.

 

Dessa forma, buscou-se pensar o Biergarten ou jardim da cerveja, como um novo tipo de apropriação para a cidade, se tornando mais do que um local para consumo de cerveja, mas sim servindo de apoio para o principal bem cultural da cidade. Na busca de fundir-se com a paisagem existente, o projeto busca relações com as formas presentes no entorno, propondo uma releitura de elementos utilizados na arquitetura de estilo enxaimel. Na adaptação desta técnica construtiva, a estrutura proposta para o projeto consiste em pórticos de madeira com repetição em módulos distintos conferindo certo movimento e dinamismo ao conjunto. 

 

Para o preenchimento dos espaços entre os pórticos foi usado o policarbonato como alternativa as pedras e tijolos que normalmente preenchem as estruturas de hastes de madeira articuladas da técnica construtiva do enxaimel, proporcionando assim maior iluminação e legibilidade ao espaço. O policarbonato permite que durante o dia a iluminação entre e durante a noite ocorra o processo inverso e por ser mais resistente e mais leve que o vidro, oferece uma instalação prática. 

 

A estrutura foi pensada para criar dois tipos de ambientes integrados: um abrigando o espaço coberto – onde se encontra o local comercial, módulos de banheiro e cozinha, além de mesas para consumo – e o outro configurando uma área livre e descoberta para permanência e consumo.

 

Prancha

Os encaixes foram pensados como suporte para facilitar a montagem e dinamismo da estrutura. Além disso, para suportar os esforços de tração entre os módulos dos pórticos, foi utilizado um sistema de cabos de aço nas extremidades, promovendo melhor desempenho de travamento, além de uma estrutura delgada e de grande resistência.

 

Considerando a localização do projeto, e o icônico Castelo das lojas Moellmann junto a praça localizados à frente, foi proposto um redesenho da praça existente a fim de incorporá-la a um paisagismo global promovendo assim um espaço maior como continuidade, podendo abrigar usos mais amplos, como encontros e festividades. Além disso, o revestimento do piso foi pensado para a captação da água da chuva, por meio de uma estrutura drenante que capta as águas pluviais para o seu aproveitamento no abastecimento do espelho d’água e irrigação dos canteiros, além de colaborar na prevenção de enchentes e redução de ilhas de calor. Na área de permanência descoberta do Biergarten optou-se pela utilização de pedriscos, característico desse tipo de espaço. Além de ser um material com característica drenante, ele promove uma linguagem continua no espaço ao se expandir para uma área de permanecia mais livre e flexível, e podendo ser usada por exemplo para piqueniques.

 

Configurando um pocket parque, o projeto prevê a criação de um local aberto público e de uso livre em meio ao centro da cidade, proporcionando um espaço com mais tranquilidade e uma alternativa para a falta de áreas verdes. O conceito se integra como uma extensão do Biergartem, ampliando-se e agregando um programa comercial e cultural a cidade.

INTEGRANTES: Beatriz Romaniello Ataide; Caroline Almeida Souza; Guilherme Wemura Palma; Natália Krislee Seixa Papa

Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo - SP) 

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